Medos Infundados

Quando criança, algum de vocês já teve pavor de fantasias como as das fotos abaixo?

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Fonte: http://www.hypeness.com.br/2013/01/fotografo-retrata-piores-pesadelos-que-todo-mundo-teve-na-infancia/

Percebam que interessante.  Desde crianças, somos bombardeados com ameaças impostas pela família e sociedade – normalmente baseadas em crenças religiosas, e com objetivos de controle – que são tão traumáticas que ficam aprisionadas em nossa lembrança (característica evidente de TRAUMA).

Poderíamos ver todas essas imagens como simbolismos do inconsciente coletivo, entretanto vejo de uma forma diferente. A nossa sociedade aprendeu com nossos ancestrais arcaicos e medievais, a cultura do medo e ela está tatuada até hoje em nosso cotidiano.

Alguém já ouviu frases como:

– Não faça isso que afasta os anjos?

– Não faça isso que atrai o coisa ruim!

– Não faça aquilo porque Jesus chora! (essa é uma das mais ridículas)

Etc etc etc etc etc

Observem as ideias que são inseridas na cabecinha de uma criança, que está formando seu caráter e sua personalidade!

O que acho mais interessante é ver como os pais sabem o que faz Jesus chorar, sabem o que os anjos não gostam, sabem o que atrai o “Diabo”. Que intimidade, hein? Praticamente melhores amigos de infância. Devem ter ouvido muitos desabafos dos supramencionados personagens.

Resultados no futuro psicológico dos filhos (o que o cérebro registra): Deus não me ama, não sou adequado, minhas ações magoam as forças sobrenaturais que estão acima de tudo, afasto tudo que é bom…

Legal né? Criar adultos inseguros e medrosos utilizando para isso… Deus! Mistificar Deus, manipular a palavra (e a vontade) de Deus e do plano espiritual para se fazer respeitar.

Conheço ADULTOS que não conseguem dormir se a porta do armário estiver aberta ou que ao dar a descarga no banheiro saem meio que correndo, pois acham que surgirá algo de dentro do vaso que irá ataca-los!

Esse é um exemplo claro de trauma, manipulação, assédio e abuso infantil!

Qual a dificuldade dos pais em CONVERSAR com os filhos e explicar claramente o motivo de os repreenderem com alguns comportamentos? As pessoas não conseguem compreender os resultados que esse tipo de “educação”  vai gerar no futuro? Falta de estima, sensação de inadequação, síndrome do pânico, depressão, dificuldade de terminar as coisas iniciadas e por aí vai.

Questões para comentarmos e discutirmos:

1-) Como algumas pessoas podem acusar líderes religiosos que utilizam Deus para se beneficiarem, se fazem o mesmo em sua vida familiar?

2-) Quando Freud diz que tudo é culpa da mãe (se analisarmos por esse lado), não é mesmo? Pensemos que uma criança nasce e não sabe nada, vai aprendendo tudo com o ambiente em que cresce, ou seja, a responsabilidade do que será no futuro é do ambiente em que cresceu.

3-) Aonde uma pessoa adulta parou de perceber o limite do que é fantasia e do que é realidade? Nenhum demônio de chifres vai sair debaixo da cama para puxar o pé.

O que pensam sobre o assunto? Creio que precisamos parar de impor medo nos outros com coisas sobrenaturais para conseguirmos o respeito. Os filhos devem respeitar os pais por perceberem que eles os amam, e tem mais experiência. Respeito pelos pais TEM que estar relacionado com amor, não com o medo.

 

Comentários

comentários

6 thoughts on “Medos Infundados

  1. Cajú, eu incluiria na relação a escola, tenho muitas lembranças de medos que vieram de professores e funcionários de escola infantil, onde a criança além dos medos ainda não conta para os pais com receio de repressão. Têm muitos envolvidos nesses medos. bjks

    1. Muito verdade. Freud falou muito de mãe mãe mãe, como se mãe fosse tudo que envolve o que absorvemos. Talvez naquela época as crianças não tivessem tanto estímulo como hoje. Mas mesmo assim, sou adepto aos pais conversarem e justificarem de forma lógica e racional o PQ dos nãos, sem inventar fantasias de diabo, bicho papão e afins… 😀

  2. Cajú, eu incluiria na relação a escola, tenho muitas lembranças de medos que vieram de professores e funcionários de escola infantil, onde a criança além dos medos ainda não conta para os pais com receio de repressão. Têm muitos envolvidos nesses medos. bjks

  3. Muito verdade. Freud falou muito de mãe mãe mãe, como se mãe fosse tudo que envolve o que absorvemos. Talvez naquela época as crianças não tivessem tanto estímulo como hoje (escola, internet, natação, escoteiro, etc). Mas mesmo assim, sou adepto aos pais conversarem e justificarem de forma lógica e racional o PQ dos nãos, sem inventar fantasias de diabo, bicho papão e afins… 😀

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