Xamanismo

A ancestral tradição Xamânica consiste na entrada do indivíduo em estados alterados de consciência, para visitar outros níveis de realidade, a partir dos quais ele possa extrair ensinamentos, curas e visões para sua comunidade. Com suas origens no período Paleolítico, o Xamanismo é encontrado nas raízes de muitas das principais religiões do mundo e em facções de muitas outras.

A palavra Xamâ (ou saman) vem do povo Tungus, da Sibéria, e significa  “aquele que sabe”. Os xamanistas são adeptos do transe, um estado alterado e de êxtase no qual acreditam deixar seus corpos, subindo ao céu em um “voo mágico” ou descendo ao submundo, para se encontrar com os ancestrais e comungar os espíritos da natureza. Muitos dos símbolos do Xamanismo representam a sublimidade ou renunciam um modo de ser por outro.

Atualmente o Xamanisto tradicional ~e pouco praticado, mas uma onda de interesse está surgindo no Ocidente, inspirada na ligação de Carl G. Jung com suas ideias sobre o inconsciente coletivo e por uma crescente identificação da importância de viajar entre diferentes mundos ou estados.

 

O Chamado (Iniciação)

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Os Xãmas podem herdar suas tarefas, mas experimentam com mais frequência uma vocação espontânea para a qual são chamados ou escolhidos pela natureza. O chamado xamânico em si  é uma ocorrência simbólica. Geralmente, um iniciante é chamado por uma experiência próxima da morte, como ser atingido por um raio, se afogar ou sobreviver a uma doença fatal. Alguns tem uma experiência de desmembramento, lúcida como um sonho, onde, metaforicamente morrem e depois renascem.

Outros Xamãs podem ser  “chamados”  através do encontro com um ser divino ou semi divino em um sonho. Em geral, essas imagens dos sonhos são os ancestrais do xamã o informando que ele foi o escolhido. Alguns xamãs possuem esposas celestiais, por quem são chamados para seu caminho.

Enfrentar sua própria morte ou fazer uma jornada para a morte é um símbolo poderoso de habilidade xamânica em transcender o “eu”  cotidiano e viver de modo impecável diante dos ataques dos desafios da vida.

Dizem que alguns guerreiros xamânicos se tornaram tão concentrados que podem andar uma extensão de fogo sem nenhum dano. Psicologicamente, o caminho da morte é a habilidade de suprimir a história e identidade pessoais, portanto, não há nada a ser atacado.

 

Projeção Espiritual

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Dizem que o xamã é capaz de fazer um voo mágico em forma de animal ou como um espírito desligado do corpo. Dessa forma, podem voar sobre o universo fazendo uma ponte entre a Terra e os céus; muitos símbolos refletem tal fato. As pinturas paleolíticas e artes relacionadas ao xamanismo, refletem claramente esse “poder” de “projeção astral”.

 

O Tambor

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Utilizado para induzir um transe xamânico, o tambor possui um significado simbólico particular como um instrumento para entrar em estados alterados ou em outros mundos. O ritmo repetitivo tocado no tambor e, algumas vezes, em chocalhos ou outros instrumentos, bloqueia outras informações sensoriais, possibilitando que o xamã entre em um estado diferente de consciência.

A batida do tambor se relaciona ao som primitivo algumas vezes considerado como os batimentos do coração da Terra. Em todas as culturas Xamânicas, o tambor é o símbolo do relacionamento entre o mundo superior, frequentemente associado com o masculino, e o submundo (ou ventre), associado ao feminino.

 

O Guia

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Um xamã possui um guia ou professor na forma de um ancestral, um xamã falecido, ou um animal ou espírito da natureza, que o auxilia a atingir os estados alterados e sua natureza mais profunda. É através desse relacionamento que o xamã eventualmente encontra seu “eu”  duplo ou individualizado.

O xamã pode imitar as atitudes e a voz de um guia animal como modo de compartilhar de suas percepções, dádivas e inteligência.

 

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