Joana, A Papisa

Diversos textos da Idade Média mencionam Joana, uma mulher que contrariando todas as leis, teria ocupado o cargo máximo da Igreja Católica: Papa (papisa). Por não ter sido confirmado, esse fato foi abandonado por todos, e acaba nos deixando em dúvida quanto a sua veracidade.

Alguns afirmam que Joana realmente existiu, tendo nascido na cidade de Mainz, na Alemanha, filha de um casal inglês que estava morando ali, na época. Quando adulta, Joana teria conhecido um monge e se apaixonado. O amor foi correspondido e eles deixaram a Alemanha, partindo para a Grécia, onde Joana teve acesso a seus estudos. O casal permaneceu por lá durante 3 anos, mudando-se depois para Roma.

Como Joana viajava junto a um religioso, eles acharam melhor que ela se disfarçasse, vestindo roupas masculinas. Ela assim o fez, adotando o nome de Johannes Angelicus. Algum tempo depois de estarem em Roma, Joana conseguiu ser nomeada a Notório Papa, depois Cardeal, e em virtude de sua notável inteligência, foi finalmente eleita Papa. Não há qualquer referencia ao monge Beneditino.

A vida amorosa de Joana, cuja real identidade era desconhecida, continuou, e ela acabou engravidando. Durante uma procissão, quando já estava em avançado estado de gestação, passeando por uma estreita viela entre o Coliseu e a Igreja de São Clemente, deu a luz em frente ao povo que acompanhava o cortejo, escandalizando a todos. Depois disso, amarraram-na em um cavalo, arrastaram-na para fora de Roma e a apedrejaram até a morte.

Lenda ou não, entre 1377 e 1404, as procissões papais evitavam passar pelo mesmo caminho feito por Joana. Em 1920 surgiu uma estória a respeito de uma cadeira com assento furado, para se provar que a pessoa escolhida para ser o novo Papa era realmente um homem. Dois séculos após o acontecido, foram encontrados dois destes estranhos móveis guardados na Capela de São Salvador, na Basílica de Latrão.

Segundo um cronista do século XIII, Joana poderia ter ocupado o cargo durante dois ou três anos, entre o Papa Leão IV e o Papa Benedito III, entre os anos de 850 e 1100. Este cronista atribuiu ao diabo tudo o que ocorreu. Alguns historiadores, especialmente do século XIV, dizem que Joana adotou o título de João VIII, um Papa que se interessava por política. Era, contudo, um ser cruel e vingativo, acumulando um número grande de inimigos, sendo assassinado por membros de seu próprio ministério.

Não existe nenhuma prova da veracidade dessa lenda, entretanto podemos nos perguntar: por que teria surgido a história de uma mulher que ocupou a posição de um Papa? Existem 2 possibilidades. A primeira é que o eunuco chamado Nicetas, embora não podendo ser eleito por ser castrado, foi escolhido no século XIV e acabou sendo chamado de “mulher” (nesse caso desmistificaria a passagem da gestação). A outra hipótese é que no século XIII, o papado tinha um grande número de inimigos, especialmente entre a Ordem dos Franciscanos e Dominicanos, pois estes recusavam-se a mudar suas regras, enquanto o papado favorecia as ordens religiosas de formas mais brandas. O descontentamento do papado com o Franciscanos ou Dominicanos provocou restrições a diversos privilégios que eles poderiam ter. Para prejudicar a instituição, eles teriam espalhado verbalmente a história da Papisa.

Lenda ou realidade, esta sequência de fatos está caracterizada na segunda carta do Tarô, a Papisa. Esta carta é considerada pelas escolas esotéricas como a personificação da sabedoria, do conhecimento, e detentora da chave dos grandes mistérios.

 

Namastê! 😀

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