Daqui a 100 mil anos, o céu será muito diferente

O hábito de olhar para o céu noturno e identificar padrões nas estrelas acompanha a humanidade há muito tempo. Desde a Antiguidade, povos distintos já projetavam nas constelações seus mitos e outros elementos do cotidiano, no gesto cheio de significado de extrapolar a própria cultura até a abóbada celeste e, de certa forma, “tomar posse” do firmamento. Por ser um exercício altamente imaginativo (um bocado parecido com achar figuras em nuvens, por exemplo), é natural que cada civilização enxergue desenhos diferentes no céu estrelado.

Mas o que quase ninguém leva em conta é que, como todas as coisas no Universo, as estrelas também estão em movimento – e cedo ou tarde, com o passar das eras, as constelações que hoje nos são familiares devem se tornar completamente irreconhecíveis. Para demonstrar este processo na prática, o designer gráfico eslovaco Martin Vargic criou estimativas baseadas em dados sobre posição de objetos celestes coletados entre 1989 e 1993 pelo satélite Hipparcos, da ESA. Ele simulou a transformação que seis constelações diferentes sofreram de 50.000 a.C. até os dias de hoje, e mostrou também como elas estarão no futuro, em 50.000 e 100.000 d.C.

“As mudanças nestes padrões estelares ocorrem porque as estrelas que compõem as constelações não são fisicamente relacionadas”, explicou a Wired o diretor do Observatório Griffith, E.C. Krupp. “Todas são objetos independentes, a distâncias diferentes de nós e entre si, e cada uma se move independentemente da outra”, completou Krupp. Os sóis mais distantes, como os do Cinturão de Órion (ou Três Marias), parecem se mover menos, enquanto os mais próximos mudam radicalmente de posição em um período de 150 mil anos. Se a humanidade continuar por aqui daqui a cem milênios, vai ter que inovar as histórias e os nomes das constelações, a começar pelo Cruzeiro do Sul – que estará mais para Linhas Paralelas do Sul.

Abaixo os Gifs animados divididos por constelação com o trabalho do designer:

 

Leão

leao

 

 

Órion

orion

 

Grande Carro

grandecarro

 

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2015/03/gifs-mostram-como-constelacoes-vao-se-transformar-em-150-mil-anos.html

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